segunda-feira, 11 de novembro de 2013


Caugth ( escrito em 24/10/13)

Algumas vezes eu me sinto presa, encurralada, tem momentos que chega até parecer que se eu não mudar a minha vida urgentemente eu vou explodir. Sinto a necessidade da eclosão de uma nova eu dentro dessa que eu já amo ser, mas que está precisando se sentir um pouco melhor em relação a sua existência.
É incrível como algumas coisas tem o poder de nos afetar, sabia? Como conversas,opiniões,comentários,imagens,fotos,paisagens,locus,relações,perdas,danos,desejos,contados,sonhos,tentativas,frustrações,erros,acertos,costumes,hábitos,conclusões,resoluções,pensamentos,palavras e obras … Como tudo isso e muito mais pode nos afetar a tal ponto de nos fazer olhar para quem somos e o que temos a oferecer ao mundo e aos outros e nos fazer querer ter mais do que nós mesmos a oferecer. Pensando nisso e me sentindo afetada é que me dei conta de como me sinto presa … Eu tinha ( e ainda tenho) muitos planos e metas,muitos sonhos que imaginei que já teria alcançado a essa altura; eu fiz mais de dez listas enumerando minhas prioridades e calculando a estimativa de tempo que levaria para alcança-las em sua totalidade e plenitude;eu planejei os grandes momentos da minha vida com a maior riqueza de detalhes que uma garota pode planejar e gotejei ambição , esperança e expectativa em cada um desses planos para que eles não morressem com o tempo ou com as dificuldades;eu fiz tudo, tudo mesmo que poderia ter feito e agora, retomando minhas listas e avaliando tudo o que fiz, percebo que não obtive o sucesso que imaginei que obteria e estou triste com isso.
Todo mundo me diz para não ligar, porque tudo acontece como tem que acontecer e isso realmente é uma verdade, mas como não se chatear ao se dar conta de que as coisas com as quais você sonha desde que era uma menininha não aconteçam, e não tem data prevista para acontecer?Quem ficaria feliz com um gigantesco ponto de interrogação no horizonte que se projeta a nossa frente chamado futuro? Na minha opinião, a dúvida é um milhão de vezes pior que um 'não'.
Eu me sinto dentro de uma caixa, como se ela fosse diminuindo gradualmente e eu precisasse fugir dela antes de morrer sufocada, me sinto presa a um ciclo vicioso que não sei como quebrar e sair dele, me sinto aprisionada a fantasmas do passado que eu já exorcizei mas que insistem em me assombrar nas noites solitárias … Também me sinto presa entre dois lugares, porque se estou aqui fico me imaginando em todos os lugares pelos quais minha alma busca, Ondes,Paris,Califórnia, Amsterdã,Dublin,Veneza,Toscana,Roma,Madrid,Buenos Aires, Punta del Leste, Patagônia, Camberra, Vancouver,Sidney... enfim , são tantos lugares que quero desbravar e extrair deles a consumação da minha total felicidade, mas se fico muito tempo me imaginando nesses lugares e vivendo lá como se a eles pertencesse, então me toma a alma a certeza de que se lá eu estivesse, estaria desejando voltar para casa. Nesse exato momento fico presa entre o desejo de ir e a dor de partir, ponderando se devo mesmo ir ou se é melhor para mim não mover uma só fio de cabelo de onde estou e ficar.
Todos os dias eu rogo a Deus pedindo que me tire dessa armadilha em que me lancei cegamente,-porque muitas coisas são consequências de atitudes que tomei sem Sua orientação plena- , quer seja com uma amor sincero, quer seja com novas portas pelas quais passarei,quer seja com uma mudança de ares, quer seja de avião ou de ônibus circular , mas eu quero sair dessa situação pois não tem nada pior do que se sentir preso sendo indiscriminadamente LIVRE!

Diares ( escrito em 24/10/13)

Sei que pode parecer ridículo,mas eu ainda escrevo diários.Honestamente,não me envergonho porque não estou fazendo nada que possa me comprometer e não tenho nenhum tipo de segredo que possa por em risco a reputação que construí durante toda vida; na verdade meus maiores segredos estão relacionados com o que sinto,penso, percebo e não compartilho com ninguém além do Criador.
Meu diário sempre me ajudou a ser corajosa,confiante e sincera, porque em suas páginas brancas eu desnudo minha alma e deixo sair de dentro de mim tudo o que flui dentro da minha cabeça e sem medo de ser mal interpretada ou julgada porque são pensamentos que só eu tenho acesso, então estou me expondo para mim mesma. Escrevendo eu tenho força e coragem de enfrentar tudo o que me amedronta e apavora, eu venço meus medos e assumo quem sou e o que quero fazer, e não sou obrigada a participar isso a ninguém, então posso me reservar ao direito de ser livre sem correr o risco de poder ser aprisionada ( porque as pessoas só tem poder sobre o que conhecem, logo, o que lhes é desconhecido não lhes diz respeito e não está sob seu controle, de forma que se o que penso e sinto de mais profundo e se meus anseios mais íntimos e intensos se mantiverem em oculto, a ninguém estarei supostamente dando o direito de se meter no que interessa somente a mim e a mais ninguém!).
O poder da palavra está muito além da poesia e da música, está muito, mas muito além de tudo o que se pode ser lido ou escrito, o poder da palavra está em dizer mesmo sem ser dito, então quando estou escrevendo em meu diário estou tendo poder sobre mim mesma e exerço o poder da palavra dizendo tudo o que tiver para dizer e me libertando das agonias e frustrações que uma menina pode sofrer durante a vida.
Escrever no meu diário me faz enxergar quem eu sou, só que quem eu sou para mim mesma, o que eu represento para mim e qual é o meu ponto de vista sobre mim mesma dentro das minhas perspectivas.