quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Twenties

             Nativos de países que falam inglês como língua materna oficial e/ou associada tem uma expressão para se referir a fase da vida entre os vinte e os trinta anos, onde você não é nem tão novo para agir de forma completamente estúpida, exagerada e inconsequente mas também não é experiente o suficiente para não cometer erros triviais e não rir de si mesmo quando se der conta disso; essa expressão é 'Twenties', os nossos " vinte e poucos" do 'português brasa'.
           Estou no meu primeiro ano dos 'twenties', pois tenho ainda vinte e um e já posso ver certo amadurecimento dentro de uma infantilidade amigável que flerta comigo o tempo todo.Meu desespero frente á tudo o que dá errado na vida já não é mais tãp devastador - eu me desespero,choro,quebro, me espalho depois eu mesma me junto e levanto para um novo dia- ; eu me percebo em meio as minhas tarefas e obrigações e consigo desfrutar de um certo prazer ao vencer os desafios mais simples que antes se acumulavam - como fazer as lições do inglês uma por uma com atenção e paciência afim de realmente absrover mais do idioma, não me sentir a pior das dançarinas por não conseguir acompanhar os movimentos avançados da turma mas fazer uma sequencia difícil que  a professora passou até o final e notar que sim, estou melhorando e até mesmo limpar a casa, por as coisas em ordem, cozinhar uma refeição completa e imaginar a minha cozinha na minha casa com meu marido sentado à mesa com a minh louça para comermos juntos o frango que EU SOZINHA limpei, temperei e assei- , também estou tendo mais clareza para pensar antes de tomar decisões e até mesmo para ouvir a voz de Deus e deixá-Lo me orientar nessas tomadas. . . Eu não sou mais uma garota, apesar de ainda não ser uma mulher madura. Eu estou me tornando uma mulher.
          As ideias e planos concretos e a longo prazo para o futuro se tornam mais realistas e palpáveis,as frustações viram adubo e não erva daninha e as raízes são regadas com lágrimas de oração, de dor, de tristeza, de arrependimento, de alegria, de gratidão, de ansiedade, de medo, de insegurança mas nunca, nunca de revolta.Em meio às fortes chuvas eu vejo um arco-íris a se formar.Há esperança, sempre houve e sempre haverá e eu afirmo isso não como uma adolescente sonhadora nas nuvens de algodão, mas como uma quase adulta com a cabeça no lugar e os pés no chão.
        Meus ideais e valores nunca foram tão concretos, por isso neles eu me agarro e deles tiro inspiração.Meus pais nunca foram tão próximos e humanos, e Deus nunca foi tão Pai e Protetor quanto agora.
        Ainda há muitas águas a correrem embaixo da ponte, ainda há um longo caminho pela frente, ainda há muito o que se viver e experimentar mas eu tenho certeza que os meus "vinte e poucos" serão incríveis pois cada umas das intempéries e dificuldades só fortalecem minhas asas, e os ventos , quer sejam contrários quer sejam a favor, só me levam mais alto.
          Sou Carenn Rodrigues, tenho vinte um anos e ainda às vezes não tenho mais tanta certeza do que fazer ou esperar a vida, mas certeza eu tenho de que vou descobrir e serei feliz!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Agonia,anotações e café forte

    Eu não sabia que título dar pra esse artigo, assim como também não sei como ordenar meus pensamentos/sentimentos para expressar de forma clara tudo o que se passa dentro e fora de mim, então literalmente resolvi falar sobre o que tenho feito, seja para driblar a estagnação, seja para agregar valor a cada minuto de imersão pessoal.
      Por causa de uma maldição conjurada chamada PEC241, o reino encantado da Universidade Federal super bem conceituada para qual eu me transferi está congelado por tempo indeterminado até que finalmente o Governo Federal descongele os investimentos em Educação e Saúde Públicos, assim sendo meus dias mágicos de quase graduanda se transformaram em um marasmo de ansiedade, preocupção e pesadelos a cada noite mal dormida ou com barriga muito cheia, pesadelos com a devastação completa do reino encantado que me promove um dos maiores prazeres da vida: Conhecimento e Desenvolvimento Pessoal.
      Parece que o tempo também foi congelado,ele passa para todo mundo a minha volta mas não sinto que passa para mim. Não mudei nada, não cresci nada, ainda carrego algumas das mesmas dores e necessidades . . . O tempo poderia descongelar também, ele está me gelando por dentro.
        As anotações são frutos de tentativas de aplacar a agonia persistente, para eternizar pensamentos profundos ou ainda para externar pensamentos afetuosos; escrever sempre foi libertador para mim, então motivada por sensações boas ou ruins, eu escrevo, anoto, desabafo, rimo, faço poema . . .  A caneta desliza sobre o papel, e eu vou me tratando, sendo paciente de mim mesma nessa terapia escrita.
       O café forte é um gosto adquirido, e uma forma de demonstrar compenetração. Toda vez que tenho que pensar muito, tomo uma caneca de café, e penso.
        Tô aqui na minha sala , sentada com as pernas dobradas do mesmo jeito de sempre, com os cabelos presos e as calças de moletom;esperando receber alguma notícia divisora de águas, do mesmo jeitinho de sempre, um pouco agoniada, escrevendo depois de duas canecas de café.