segunda-feira, 22 de junho de 2020

Atrasos, prorrogações e adiamentos



                 Como se a gente já não tivesse nossos "probleminhas" para resolver, o ano de 2020- que eu inocentemente acreditei que seria um ano tranquilo e chuviscado de novidades boas- já começou sendo uma caixinha de surpresas - ou de Pandora, dependendo do seu nível de pessimismo. Eu estava conseguindo lidar melhor com a carga emocional acumulada de 2019 (lê-se estresse e frustração pessoal) porque de acordo com os meus planos e com as folhas personalizadas de planner que comprei na internet, 2020 tinha tudo, tudo mesmo para ser o meu ano ... 
                 Eu tinha planejado TCC, pós-graduação, saídas, passeios, até encontros românticos se as coisas funcionassem como esperado. Mas não ... Nada, Neca, Never. A essa altura do campeonato nem precisamos dizer que 2020 praticamente deu errado ou nem aconteceu sem exageros PARA TODO MUNDO EM TODO O MUNDO. Nesse período de reclusão forçada e forçosa, decidi me manter em contato com meus sentimentos mais profundos e íntimos, e comecei a fazer diários de oração e a escrever sem nenhum floreio todos os meus sentimentos e pensamentos em um diário pessoal; e com coragem eu exponho e enfrento coisas enraizadas dentro de mim, já que eu ainda quero que 2020 seja um ano de vitórias então eu vou vencer as minhas próprias inseguranças. 
             Fala sério gente, a gente já está tão sem aguentar essas incertezas, essa estase que nem aguentamos mais a nós mesmos. Eu já não me aguento mais. 
                  É atraso em todos os compromissos, agendas e calendários de todo mundo, é prorrogação de isolamento social, de limitações e restrições e adiamentos os mais diversos e inusitados possíveis. Imagino que eu não sou a única pessoa a já acordar de mau-humor por se sentir vivendo todo dia o mesmo dia tedioso, como se estivesse preso em um filme experimental ou vídeos caseiros de foundfootage: Mesmo cenário, mesmo figurino, mesmo personagem, mesmas ações mas as motivações - ao menos as mais basais e superficiais - vão sendo diminuídas. Enquanto não há resolução clara deste enorme problema que é o COVID-19 e dos demais problemas trazidos e evidenciados por ele - e no caso do Brasil e do Rio de Janeiro, nem consenso existe- vamos tendo que lidar com os atrasos, prorrogações e adiamentos e somos meio que levados a encarar e nos deparar com o tédio. 
              Não me refiro ao tédio proveniente da ausência de entretenimento, mas do tédio de nossas vidas, de nossa existência, aquele tédio abafado dentro da gente e todas as coisas escondidas por trás dessa sensação de ... nada.          

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