segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Aquilo de que não falamos

    O que mais me irrita, sem sombra de dúvidas, em uma situação onde sou confrontada pelas ações de outro indivíduo é estar em uma situação de impotência e não ter nada a dizer ou fazer. Isso se aplica a professores estúpidos e cheios de si,colegas de classe individualistas e megalomaníacos que gostam de se exibir,ou ainda ser quase forçada a fingir que não ligo para coisas que ligo sim ...
   Em todos os momentos em que me vejo numa situação de impotência forçada, parece que eu vou explodir ...
   O pior de tudo é não ter com quem falar sobre isso, sabe?! Porque nas tentativas patéticas de desabafar e encontrar o mínimo de conforto nas palavras de um colega, o máximo que se recebe são respostas genéricas de como você já deveria estar acostumado ao desconforto amargo de ter que ficar quieto e é isso mesmo.  
     Eu estou cada dia mais de saco cheio, isso sim ...

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Espirais

Oi gente,
 São 14:02 de 12 de Setembro de 2017, estou na biblioteca da universidade com anotações, uma pilha de 4 livros para consulta e um caderno velho para fazer resumos e trabalhos. Fui dispensada da aula prática de Bioprocessos porque já havia feito a mesma no semestre anterior, então resolvi vir estudar e me adiantar já que só tenho outra aula âs 18:30h. Lembrando que tenho prova segunda feira, e uma apresentação terça.
    Já estou exausta, e mal comecei.
    Eu sinto um tédio tão profundo em alguns dias, que começo a chorar dentro do trem, tomando cuidado para que as pessoas ao redor não percebam e venham me fazer perguntas. Não gosto muito de responder perguntas pessoais, nem de dizer "o que é que eu tenho","o que deu em mim" ou " que bicho me mordeu" ... Eu só quero chorar sozinha, e depois me recompor e concluir minhas tarefas. Esses espirais descendentes que me deixam para baixo às vezes não se demoram em passar, mas são frequentes.
   Veja bem, não estou dizendo que sou infeliz ou deprimida, ou reprimida, e nem que estou insatisfeita com a vida que estou levando; não é nada disso. O fato é que cada dia é mais evidente o quanto somos sugados todos os dias; nossas forças, nossa energia, nosso ânimo, até mesmo nossa saúde e nosso humor são sugados diariamente do trajeto cansativo e desconfortável no transporte público, no caminho de ida e volta pra casa do trabalho/faculdade/escola e afins, nos relacionamentos superficiais que colecionamos e na falta de relacionamentos profundos e verdadeiros que sentimos. Estamos sendo sugados. Tem um parasita se alimentando da gente. Ao fim do dia, eu estou morta, e nem me dou conta de que dormi ... Só percebo que adormeci quando desperto no dia seguinte e começo tudo de novo.
   Somos lançados nessas espirais, nessas correntes, nesses cabos de sucção que tiram tudo de dentro da gente... Sem contar ainda todo o dinheiro que sai do nosso bolso. Tanto suor e labuta para o dinheiro durar tão pouco.
    Tem dias que eu me pego com medo. Sério, com medo mesmo.
     Medo de não conseguir um emprego decente, medo de ser solteira para sempre, medo de descobrir uma doença grave, medo de ser morta num episódio de violência urbana, medo de ser assaltada, medo de tirar notas baixas nas provas, medo até mesmo de sair de casa ... Ao final do espiral, quando não há mais alma a ser sugada, resta-nos o medo. Medo do futuro, medo do amanhã, medo das escolhas que fizemos, medo das que não fizemos ainda, medo das que nem chance tivemos de fazer, medo daqueles que escolhem pela gente.
        Brasileira, natural do Rio de Janeiro, 22 anos, universitária numa instituição federal de ensino superior, assistindo e sentindo tudo o que acontece no Rio, no Brasil e no mundo, otimista apesar de tudo, insistente acima de tudo, feliz e determinada contudo,porém cansada, arrastada pelo tédio, e às vezes, com medo. Medo de verdade.

Onde mora o coração - e todos os seus pedaços.

 Pois bem,
     Para quem não sabe, desde 2010/2011 eu tenho um tumblr chamado "Onde mora o coração" (título inspirado num filme que eu vi, amei e absorvi totalmente a mensagem de amor puro  e honesto que ele me passou) e então criei a conta para literalmente abrir meu coração, e escrever lá poemas sobre minhas paixonites, sentimentos mais profundos e claro, romantizar ao máximo minha vida amorosa inerte e sem força.
    Acontece que agora nenhum dos meus email está sendo aceito, e por isso, talvez eu tenha que criar uma nova conta ... Mas como faço para recuperar todos os textos originais e espontâneos que eu escrevi lá??? POXA, isso partiu meu coração mesmo.
     Quando escrevi aqueles textos, prosas e poemas, eu estava sendo o mais honesta possível; eu realmente deixei as palavras saírem e nem liguei em ser brega ou ridícula porque eu sentia a necessidade de expressar minhas paixões e interesses românticos com urgência e necessidade. Eu queria falar sobre o que estava sentindo, mesmo que não pudesse confessar tais paixões à seus alvos, eu podia sempre escrever sobre elas num lugar seguro, e ser honesta.
      Estou ao máximo tentando resolver essa questão, e enquanto isso ... Deixo aqui o link do tumblr para que vocês possam ler os textos românticos de lá : http://www.carennrodrigues.tumblr.com
                
              Eu sei onde meu coração mora, mas deixo um rastro, um pedacinho dele por onde eu passo ...