Eu leio tantos
romances que tem horas que fico meio ensandecida, achando que todos os rapazes
que me elogiam e tratam com gentileza estão mandando mensagens subliminares de
seus afetos e desejos por mim, como nos livros em que leio onde em suas
histórias as moças são cortejadas com tanta delicadeza e dedicação, que o
interesse se torna uma paixão tão avassaladora que o amor é inevitável e em
menos tempo que o de uma respiração ofegante o doce casal está se casando e
sendo eternamente feliz.
Eu
queria tanto ser amada desse jeito, que tenho pena da minha triste figura
quando me dou conta da minha loucura e da minha carência. É difícil para mim,
que sempre me orgulhei de ser madura e independente, ter que admitir que tenha
necessidades e que preciso supri-las o quanto antes possível. É frustrante se
olhar no espelho e se dar conta de que seu sorriso é vazio, oco, que seu olhar é desfocado e perdido, que você
quer e precisa de alguém ao seu lado para dar um sorriso sincero e lançar um
olhar apaixonado.
O
que acho mais interessante nos livros e nos romances em geral, é que o amor é
intenso, verdadeiro, artístico, profundo, medonho, assustador, desafiador,
arrebatador, quente, ardente, fumegante, bondoso, generoso, crítico,
companheiro, fiel, e o melhor: recíproco. O casal se ama. O homem ama a sua
amada. A mulher ama seu amado. É um amor tão enamorado que se ficaram longe um
do outro adoecem e morrem, porque em suas almas já não são mais pessoas
distintas, são um só; são dois corpos e uma alma; são duas almas e um corpo e
somente unidos integralmente são totalmente felizes. Somente juntos são eles
mesmos, são completos.
Acho que daí vem minha preferência pelos romances,
pois eu quero tanto um desses amores para mim que quando começo a desistir de encontrar
o ‘ príncipe encantado’, me inspiro outra vez lendo uma história de amor bem
romântica e repleta de veracidade; disseram-me que um amor assim existe e que
no momento certo a gente encontra, mas onde está o bendito? Eu estou precisando
tanto dele, e o brincalhão fica se escondendo de mim, brincando de pique -
esconde esgueirando-se por trás de completos idiotas que só me fizeram sofrer e
desperdiçar tempo; o charlatão fica bancando o mágico fantasiando as mais
variadas espécies de sapos de perfeitos cavalheiros e quando estou quase
convencida da fantasia a magia acaba, e junto com ela acaba também minha
paixão, meu interesse e minha esperança de um dia achar o amor de minha vida.
Onde
estás tu, Oh! Amor verdadeiro? Onde poderia eu capturá-lo e prendê-lo dentro em
mim? Como posso conquistá-lo? Como posso obtê-lo? Como posso merecê-lo? Será
que mereço um amor? Será que mereço ser amada? Oh! Amor apareça... Por favor.
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