Por mais
surpreendente que pareça, eu sou uma pessoa tímida e retraída, para falar a
verdade mais sinceramente, eu sou uma pessoa que se protege demais, de tudo, e
principalmente de todos. Isso se deve a algumas mágoas que eu estou ainda
superando, porque a traição e o abandono vieram de onde eu menos esperava de
pessoas íntimas e próximas, mas enfim, nada que com maturidade eu não possa
resolver. Acontece com todo mundo, né?! Nem todo mundo que entra na nossa vida
permanece... O que permanece são as
lições que a gente aprende com os reveses da vida.
O título desse
texto, na verdade foi inspirado, por assim dizer, em uma frase da cantora
Jessie J. – que por um acaso foi usada como indireta-direta numa rede social
contra mim – que diz “ ... quando um
amigo se torna um estranho.”, que foi parafraseada em uma postagem para me acusar
de ser uma amiga ruim e mesquinha ( mas vamos deixar isso pra lá, afinal de
contas eu tenho novos amigos agora), e então toda vez que eu lia essa frase eu
lembrava dessa situação e ficava um
pouco mal por alguns instantes; mas então, depois de muito refletir sobre como meu ciclo social, meus critérios
para selecionar amigos e é claro, minha maneira de me relacionar com as pessoas
eu pude perceber como o extremo oposto dessa frase se aplica perfeitamente á
minha situação atual. Durante um tempo eu fiquei lamentando sobre como é ruim
perder amigos, sobre como me senti desprezada e diminuída por ter sido vítima
de fofocas de pessoas que costumavam frequentar a minha casa e por ter sido
deixada de lado por alguns amigos e amigas que mudaram de vida, casaram,
tiveram filhos, tomaram outros rumos, cresceram profissionalmente e fizeram
outros amigos que estão no mesmo patamar que eles; mas decidi que não valia a
pena ficar triste com isso já que eu
tenho como fazer novos amigos também.
Parei de
lamentar pelos que se foram, e passei a me alegrar pelos que ficaram e pelos
que chegaram agorinha na minha vida e a fazem tão feliz quanto os amigos que eu
tinha antes. Morei 18 anos na mesma casa, na mesma rua, frequentando a mesma
igreja e por conta disso, tinha amizade com as mesmas pessoas desde criança, o
mesmo vale paras as escolas que frequentei ... Meus antigos amigos e eu
havíamos crescido juntos, mas as coisas
mudaram, porque a vida faz isso mesmo, ela muda e nos leva a mudar, de lugar,
de ideias, de atitude e de convivências também. E foi aí que tudo começou.
Eu tenho
amigos virtuais de mais de 3 anos, passamos do Orkut para o Facebook, tenho
inúmeros amigos virtuais que conheci em
grupos do Face, em sites de bate-papo para praticar inglês/espanhol e outros vieram a mim por sugestão do próprio
Face; minha atual melhor amiga e eu nos conhecemos por conta de um caderno de
matemática emprestada e de um ponto de ônibus lotado e quem diria que
ficaríamos tão intimas a ponto de eu ser madrinha de casamento dela? Sem contar
é claro, os que vieram junto com ela como a irmã, o marido e a sobrinha do
marido que vieram de brinde no combo da
amizade; tenho também amigos mais velhos, amigos de fé, amigos de youtube,
amigas pelo mundo ... Quando um amigo se torna um estranho é realmente horrível
porque um pedaço do coração se vai junto com a amizade desfeita, mas quando um
estranho, um total estranho se torna um amigo ganhamos um pedacinho do coração
de alguém ... E isso não tem
comparação.
Com esse texto
que celebrar aos amigos que ficaram na minha vida, os que continuam me amando e
não me abandonaram, de celebrar os virtuais que conheci em comunidades do Orkut
e que junto comigo passaram pelo ensino médio, vestibular e reta final da
graduação, de celebrar os virtuais que conheci agora mas que são tão
importantes quando os outros porque para mim amigos são amigos e TODOS ELES SÃO
REAIS.
Obrigada meus
amigos! Eu amo vocês, estranhos, completos estranhos que se tornaram amigos ...
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